O Fantástico Mundo das Gobys

Fomos chamadas a escrever um pouco do nosso maravilhoso mundinho, onde tudo e todos fazem parte de uma rede complexa de relações, representadíssimas no seriado ícone-mor L Word. Este será um espaco destinado as  “colegas”, tratando de assuntos relacionados ao dia-dia desse trama que desperta curiosidade e ate mesmo tesão dos cuecas de plantao. Então, puxem a cadeira, tomem um Almeida Prado 35, ajustem a iluminação, abram a mente e boa viagem.

Primeiramente, iremos discutir os diferentes tipos de Gobs disponíveis no mercado, deixando claro que cada flor é unica, mesmo dividas em rosas, cravos, camélias ou margaridas. E, nesse mundindo, muito mais gente é hibrida do que as flores. Aki até as margaridas podem ter espinhos, ou as camélias cheirar como rosas. Enjoy it!

 

Tipo comum - A quinta e o domingo são do Samba D´Ju, Daniela Tourinho, Raylema e/ou do Samba Maria. A sexta, um jantar na casa de uma amiga solteira com várias amigas solteiras pseudo-prometidas entre si. E o sábado, na San Sebastian ou na Off. MPB é o primeiro plano. Música eletrônica, só quando estão solteiras. É nesse tipo que entram as jogadoras profissionais do baba de Villas e do baba das quartas do itaigara, que, por sinal, já teve até seus 15 minutos de fama na Rede Globo. 

Caminhoneiras - calça cargo, bermudão da Redley, tênis de skatista, boné virado pra tras, colete de fotografo, fut-volei no Porto da Barra, pegada Tammy Gretchen... E o mais importante: o capacete da moto! São o par perfeito das Gobys Elite Girls. As que mais parecem ativas... são passivonas! Fake-bofes! Fiquem de olho! Pirilipipim! 

Gobys Elite Girls - Marcas, cod-nomes, ferveção durante a semana, mudanças constantes de apartamento, telefone que não pára de tocar, linguajar "impecável" e um pequeno detalhe: vc nunca sabe de onde elas vieram, nem onde estarão semana que vem. Aparecem na San Sebastian as 3h30 horas da manhã, querendo entrar pela lista vip. Possuem variantes entre o cartão de crédito da Riachuello e as fotos no Facebook no Posto 9 no Rio de Janeiro.

 

Estilo Boomerangue - O sonho delas é morar na Rua Augusta. Quadriculado é tom maior! Qualquer coisa quadriculada serve... sapato, calça, jaqueta, colete... O importante é a estampa. E cores! Muitas cores! E um rayban colorido comprado em algum site gringo (Bleudame.com) com o cartão de crédito da amiga ou na 25 de março. Vinho São Jorge, cerveja, The Smiths, Foals, Regina spektor, Bellle and Sebastian são as palavras-chave pra descrever esssa trupe.

 

Caçadoras - Vão para a balada com o namorado só pra catar o "terceiro elemento". Aparecem pouco no meio, e algumas vezes já tiveram, num passado remoto, algum relacionamento mais sério com alguma mulher. Empresárias, bem-sucedidas e loooucas de vontade de tirar a barriga da miséria com alguma Goby BI a solta.

 

Gobys BI - Você nunca sabe se ela está dando em cima de você... ou do seu amigo. Pra elas "quem pega mais, pega melhor, pega duas vezes". Ou seja, não tendo cão, caça-se com gato. E ela é do  tipo que namora uma menina aqui, depois um menino acolá, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Nessa variante se enquadram as gobs Woodstock: mente livre, corpo livre!

 

Super-femininas - Gucci; Dolce & Gabbana; high heels; prosseco; ponte-aerea; cartão fidelidade vermelho; primeira fila dos desfiles de moda; ferveção na The Week, Warung e San Sebastian no mesmo final de semana. É fácil lembrar de uma delas... Afinal, elas já apareceram em algum dos seus sonhos. Os amigos vieram do glamour ou da neve peneirada em larga escala, mas a riqueza veio de família. O céu é o limite... ou o cartão de crédito!

 

Straight-Gobys - Começam a noite na Just1 e terminam na San Sebastian, só quando estão bebadas e na companhia de alguma bee amiga. Quase sempre já tiveram algum affair gobístico, mas foi algo somente "para experimentar" e acabaram não curtindo o babado.  Será??? Tem gobys especializadas nesse tipo de produto. Geralmente são as mais bonitas da balada, disputando tete-a-tete com as Super-Femininas a atenção dos gays, que as adoram.

 

* Texto originalmente publicado pela autora no Blog do Hortelã (Farofa Digital) em agosto de 2010.